sábado, 26 de maio de 2012


Ele ligou para o ex-namorado da melhor amiga e combinou de encontrá-lo atrás de sua casa. Chegando lá, se controlou para não matar ele e começou a falar:

- Você sabe que eu te acho um completo idiota, não é? E que eu jurei que ia te matar se você magoasse ela. Mas não é assim que as coisas funcionam e também, eu fui proibido de fazer isso, infelizmente. Eu poderia mentir agora e dizer que ela está super bem, que ta de namorado novo e que ela nunca foi tão feliz assim por se livrar de um traste como você. Eu poderia te xingar o dia todo, mas ainda não é a hora. Agora vou te contar a verdade: Eu não sei quem foi mais otário de nós dois, ou eu que deixei a minha pequena namorar com um filho da puta como você, ou você de não ter cuidado bem dela. Ela é perfeita, ela tem essas mãozinhas tão engraçadas que você nunca segurou direito e você já viu a cor dos olhos dela? São tão escuros que é um grande mistério pra mim, eles brilham tanto. E os cabelos dela então? Cara, o cheiro é tão bom e eu não acredito que um cara como você não deu valor na menina mais incrível do mundo, aposto que quando ela mandava mensagem de bom dia você achava um saco e quando ela ligava só pra ouvir sua voz, você queria desligar. Você é um babaca, um filho da puta, um idiota de ter quebrado o coração da minha melhor amiga, eu nem sei como deixei ela namorar com você. Mas pode ter certeza que isso nunca mais vai acontecer e como eu disse, eu não vou te matar, mas isso não impede de eu causa um pouco da dor que você fez nela.
- Como assim cara? - Mal ele terminou de falar e recebeu um soco no meio da cara. - Você é louco?
- Louco foi você de quebrar o coração da garota mais incrível do mundo.

sexta-feira, 11 de maio de 2012


Eu aceito. Mas isso não quer dizer que eu entenda. Eu não entendo nada. Minha vida já foi assim, bagunçada demais, mas eu não me lembrava como era sentir essa coisa ruim dentro do peito. Estou parecendo uma casa abandonada pelos donos repentinamente. Muita roupa espalhada pelo chão. Móveis empoeirados. Armários com portas e gavetas abertas. Uma confusão total. Estou parecendo um doente fraco que fica tonto e sente que vai desmaiar, mas segura com força na parede e repete baixinho “eu não vou cair, não vou”. Talvez pareça um animal selvagem que se perde e vai parar em uma cidade. Com medo. Sem saber o que fazer ou pra onde correr. Sem saber se aceita ajuda ou foge para longe e sozinho. Sozinha, essa é uma palavra legal. Não sei se a mais adequada, imagino que sozinha seja pouco demais. Eu queria entender, mas não queria ter que pensar. Pensando eu lembro. Lembrando eu sofro. Sofrer é fichinha, eu sei que vai passar. Mas não é por saber que vai passar, que a gente deixa de sentir.

Invernei


(…) Mas, deixa eu te pedir um favor? Não vai embora. Não joga todos esses meses no lixo como se eles já não tivessem mais importância alguma pra você. Não desvia o olhar enquanto diz que chegamos ao nosso fim, porque isso só prova que assim como eu, você também não acredita nisso. Então fica. Fica comigo por mais algumas semanas, alguns meses — anos, quem sabe. Eu juro que tento dar o meu melhor, só pra você poder virar e dizer que valeu a pena tentar de novo. Eu prometo que deixo todas minhas manias chatas de lado, e que tento transformar meus piores defeitos em qualidades meia bocas. Tudo por você. Tudo pra sua voz continuar sendo o primeiro som que eu escuto ao despertar, e pro seu beijo molhado e quente continuar sendo a chave perfeita para fechar todas as minhas noites. Não foge de mim e do meu abraço sufocante. Não deixa de lado as nossas promessas, as nossas lembranças — não deixa a nossa vida a dois pra trás. Deixa eu ser egoísta e dizer que você é meu, e que só isso já é motivo suficiente para você largar de uma vez essa mala e se convencer de que eu to certa — É, eu sei que a razão sempre tá com você, mas me dá uma chance de provar que eu também posso nos guiar. Só me dá uma chance de mostrar que o teu lugar continua sendo do meu lado, e que nenhum outro ponto do mundo vai te abrigar tão bem como eu. Então, acredita em mim. Não, não. Acredita em nós… Só mais uma vez. Por favor?