quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Calma, menina...


Sempre queremos tudo na pressa. Desejamos tudo para hoje, para esse minuto, para o dia anterior: não queremos ter paciência. Aliás, “paciência” é uma palavra que não existe no vocabulário de muita gente, que insiste em ignorá-la e achar que precisamos de qualquer coisa para o dia de hoje.

Que não podemos esperar um pouco mais, seja das pessoas, dos outros ou de nós mesmos. Mas o que tiver de acontecer, vai acontecer. Se você insistir, claro. Mas não precisa ficar com aquela afobação, esperando que o que quer se realize em algumas horas.

A nossa geração é conhecida por ser rápida, muito rápida. Por conseguir o que quer com um estalo de dedos, achando as informações que precisa em um fácil “click” na internet, resolvendo a nossa vida em 24 horas e querendo fazer tudo em apenas um dia.

Planejamos nosso futuro em pouco tempo: queremos um namorado aos quinze, dar a volta ao mundo aos vinte, desejamos ter milhares de amigos, fazer vários cursos de língua estrangeira, estudar para o vestibular antes de escolher o que você deseja para a faculdade, dentre outros. Já vi vários casos de muita gente com a minha idade que pensa alto, lá na frente, e de certo, não há problema em pensar no seu futuro e já começar a se preparar desde antes para ele.

Mas há um pequeno problema em querer tudo para hoje: por quê não esperar? Por que não simplesmente planejar os seus passos com calma, sem ficar tropeçando por aí, sempre querendo tudo sem o menor esforço?

Temos a mania de conhecer alguém, se apaixonar pela pessoa e pronto: na semana seguinte já quer até marcar início de data de namoro. Confesso que fico meio assustada, por que a tempos atrás as coisas iam bem mais devagar. Mas tudo mudou e agora temos a impressão de que as pessoas crescem muito rápido, crescem querendo dizer para os outros que são adultas.

Elas mudam, mas é para mostrar aos outros o quanto “amadureceram.” E não a si mesmos. Se vamos nos tornar maiores, mais fortes e experientes, que seja para dar orgulho aqueles que nos conheçam e não sair com uma placa no pescoço dizendo que já pode tomar as suas próprias decisões.

É tudo feito com muita pressa. Meu conselho: espera um pouco. Eu sei que é difícil não querer adiantar suas ideias, não querer que as coisas sejam feitas logo. Mas elas saem sempre imperfeitas demais se não esperamos, se não crescemos com as nossas ideias. Só uma vez: deixa as coisas rolarem. Deixa elas serem o que são, sem interromper.

Se o que você quer não dá certo, não jogue todas as suas fichas nisso. Às vezes, o tempo simplesmente acerta as coisas. Tudo volta ao seu devido lugar, se encaixa novamente. Mesmo que demore.


domingo, 26 de agosto de 2012

Máscaras - Canção



Ela não era tudo aquilo que eu pensava, parecia ser legal até. Era aula da senhorita Kereen e a Amy chegando atrasada como sempre, fiquei surpresa quando ela disse que tinha ficado com um amigo do Victor mas ela parecia feliz e só isso importava. Recebi um sms do Victor falando que estava me esperando na saída da faculdade, na metade da aula corri ao encontro dele, entrei no carro e nos abraçamos. Não demorou muito para sairmos dali, Victor me levou pra sua casa onde morava com um amigo, subimos pro seu quarto...

- Que zona de perigo – Olhei em volta toda a bagunça enquanto ele procurava algo.

- Não fala assim, já teve pior. – Ele sorriu e sentou na cama. O acompanhei e sentei do seu lado. Compus uma música? Posso cantar agora? –

- Com certeza! – falei ansiosa demais.

- Eu escrevi a letra em um papel, para ficar mais fácil para você. – ele pegou uma folha e a desdobrou, lá estava escrita a música.

Enquanto ele cantava, eu seguia cada frase no papel, às vezes quando levantava a cabeça para olhá-lo nossos olhos se encontravam, mesmo cantando ele não parava de olhar para mim, eu percebia seus olhos me observando mesmo quando eu acompanhava a letra da música no papel, isso me deixava com vergonha e eu me corava.

Percebi que aquela música tinha algo de especial, não sabia o que era, mas tinha certeza que existia algo de diferente, era como se fosse inspirada em alguém, era muito linda a letra e o ritmo era bem romântico, era uma música calma.

A voz do Victor era impressionante, inexplicável, era a voz mais linda que eu já ouvi.
Quando ele parou de tocar eu não consegui falar nada. Eu não conseguia olhar para aquele rosto inteiramente perfeito, o silencio não ajudava em nada, agradeci por ele ter falado algo.

- E então? O que achou? – perguntou-me ele.

- O que posso dizer além de perfeito? – respondi depois de um minuto.

- Você gostou mesmo? – percebi que “perfeito” não era o elogio ideal.

- Você canta muito bem, a letra da música é linda, parece que teve uma inspiração, o ritmo combinou muito com a letra: calma e romântica. Não tenho muito que dizer Victor, o elogio mais apropriado que posso fazer é dizer que é tudo perfeito. – eu estava completamente encantada pela música e por ele.

- Fico feliz que gostou!

-Gostei muito... Levantei da cama e fui olhar pela janela.

- Tenho que te falar uma coisa – Victor se aproximou por trás de mim, fastou o meu cabelo e senti seus lábios tocarem meu pescoço.

- Pode falar – Falei com a voz suave e estava arrepiando com suas caricias.

- Vou passar uns dias foras da cidade – mordeu minha orelha, subiu suas mãos pela lateral do meu corpo. Naquele momento eu não sabia exatamente o que fazer...

- Como assim? Por que? – Me virei pra ele e alisei teu rosto suavemente.

- Meus pais vão vim morar na cidade e eu vou ter que ir vê-los pra ajudar com a mudança.

- Vai ser difícil ficar longe de você! – falei fazendo biquinho.

- Que biquinho mais lindo! – ele sorriu e tocou meus lábios. – Acredite, vai está sendo difícil para mim também. – depois tocou meu rosto - Você poderia vim comigo...

- Eu ir com você? – Eu queria ir com ele. Seria bom respirar outros ares e além do mais conheceria a família. Veria de onde vem essa perfeição chamada Victor. – Mas e minha faculdade? E a sua faculdade?

- É só uns dias, no máximo uma semana. Se caso eu precise ficar mais e você não quiser ficar lá, eu vou entender. E outra a faculdade é um problema também... Se não quiser ir por causa da faculdade vou entender, mas depois você poderia pegar a matéria com a Ana e depois eu me viro na minha. – A maneira como ele falava fazia parecer tudo tão mais simples e fácil. – Você quer ir comigo?

- Tenho que ver com minha mãe, ver se Laura ficará bem sem eu por perto e ajeitar as coisas para ir. – Me encostei na janela e fiquei olhando a noite, pensando se eu aceitaria a proposta dele, seria um grande passo para o que estava rolando na nossa relação. – Eu quero ir sim, mas você vai quando? Preciso arrumar minhas coisas e você vai me ajudar, não vai?

- Vou amanhã, depois das aulas a noite na faculdade. – Ele encostou o corpo dele no meu, me prendendo contra a parede. Senti suas mãos em minha cintura e percebi que meu corpo não o rejeitava. Pelo contrário, queria estar cada vez mais perto dele. – Eu te ajudo sim. Amanhã você tem aula a tarde? Eu iria com você para a sua casa e te ajudaria.

- Não tenho aula a tarde e só tenho uma à noite, eu acho. Fica mais fácil até eu ajeitar tudo né.

 – Victor levou seu rosto para o meu pescoço e começou a dar leves chupões nele. Fiquei mais que arrepiada, estava com vontade dele. Tentei respirar para poder falar novamente. – Você tem quantas aulas na parte da noite?

- Eu tenho só duas aulas. Passo na sua casa e termino de te ajudar quando eu sair da faculdade, daí partimos para a viagem. – Ele disse entre os chupões no meu pescoço. Apenas balanço a cabeça concordando com o que ele tinha dito. Victor para os beijos no pescoço, me olha nos olhos e começa a me beijar com uma vontade que eu quase enlouqueci. Não sei se estava pronta para me entregar de vez e parecer que estava muito afim dele. Continuamos nos beijando com uma grande intensidade até eu interromper.

- Preciso ir para casa começar a arrumar as coisas, vamos também? – Me afastei do corpo dele, peguei minhas coisas e fiquei perto da porta do quarto dele. – Você pode me levar?

- É claro que te levo, vou ficar lá um pouco com você. – Ele pegou o celular dele e as chaves, pegou em minha mão, entrelaçou-as e foi me puxando para fora de casa até o carro dele.

- Você tem que me ajudar mesmo ok? – Fui entrando no carro quando ele abriu a porta do carro para eu entrar. Sorrio com esse gesto dele e ele dá a volta na frente do carro para entrar no mesmo.

- Vou ajudar sim... – Ele deu um sorriso com uma certa malícia. 

Apenas ri comigo mesma desse sorriso dele. Me ajeitei no carro, fiquei olhando em volta pelas ruas e de vez em quando nossos olhares se encontravam. Sem perceber minha mão vai para a sua coxa enquanto ele dirige e sinto ele pegar minha mão para beijar. É incrível como eu não consigo ficar sem sorrir ao lado dele, ficar sem pensar em coisas boas e me sentir bem. Quando chega em casa, ele coloca o carro perto da garagem da minha casa e desce do carro para abrir a porta para mim.

- Você é sempre cavalheiro assim? – Ele pega em minhas mãos me puxando para fora do carro. Vou andando com ele em direção a casa e tento procurar as chaves dentro da bagunça que é minha bolsa.

- Com você serei o tempo todo porque merece... – Victor pega a outra bolsa da minha mão para facilitar que eu procure as chaves. – Vai sair um elefante daí de dentro.

- Às vezes eu penso isso também. – Nossos sorrisos entraram em sintonia por termos soltado na mesma hora. Abro a porta de casa, Victor fica do lado de fora até eu puxar ele para dentro.

 – Sinta-se em casa Victor.

- Quer mesmo que eu me sinta em casa? Melhor não... – Ele começou a sorrir e era um dos sorrisos que eu mais gostava. Aquele que ficava subtendido e eu tinha que adivinhar qual era intenção escondida.

- Mas pelo tenta ser de casa, pode ficar a vontade. – Vou puxando ele para subir as escadas e entrar no meu quarto. 

Victor se joga na minha cama e eu deixo minhas coisas no sofá que tem dentro do meu quarto.

 – Agora eu vi o porquê de você falar “melhor não...”. Rindo dele vou pegando minha mala para arrumar as coisas. Paro por um instante. – Detalhe é que eu não conversei com minha mãe ainda.

- Ela não está em casa? Liga para ela e se você quiser eu a peço também. – Ele dá um sorriso debochado e eu faço uma cara de quem não gostou.

- Vou ligar para ela agora. – Vou até minha bolsa e pego meu celular, disco o número da minha mãe e espero chamar. – Oi mãe, tudo bem? “Oi Kat, tudo bem e por ai?” Está tudo certo... Queria te falar uma coisa. “O que é?” Vou viajar com um amigo meu, ele quer que eu vá para ficar lá com ele e ajudar a resolver as coisas da mudança do pai dele. Os pais dele vão se mudar para cá. “É só amigo seu mesmo? Sei em. E a faculdade?” Mãe, não me complica (rindo). Vamos ficar no máximo uma semana, não tenho prova essa semana e se tiver de última hora tem como eu repetir ela e recuperar os pontos depois qualquer coisa. A matéria eu pego com as meninas. Tudo certo. “Tudo bem, pode ir sim. Quando chegar lá me liga e me passa uma sms falando o local.” Tudo bem mãe, falo sim. Agora vou arrumar as coisas aqui, beijo. “Tchau Kat, beijos.”

- E ai? – Victor se sentou na cama e ficou me olhando ansioso.

- Ela... Disse que podia ir. – Victor levanta da cama num pulo e me agarra pela cintura, dando um beijo forte na minha bochecha. – Te prometo que a viagem vai ser boa.

- Espero que sim... – Abro meu guarda-roupa para escolher as roupas para levar e penso em como a viagem pode ser. Estando ao lado do Victor, só espero que seja boa mesmo, nada mais a se pensar. – Que tipo de roupa eu levo?

- Leva roupas de calor e de frio. Porque lá é assim: uma hora faz muito frio e outra faz muito calor, não dá para entender. – Ele pega minha mala e abre a mesma deixando em cima do outro lado do sofá, perto das minhas coisas.

- Tudo bem, me deixa ver aqui... – Fui pegando roupa de frio e de calor. Todas bem variadas, roupas para sair também. O bom da minha mala é que ela é bem grande e dá para levar muita roupa. Fui dobrando e colocando tudo dentro da mala.

- Quer mudar para lá também? – Victor disse rindo e se escorando na mesa do computador. Fica olhando todos os meus movimentos.

- Quem sabe eu mudo né? – Termino de colar mais algumas peças de roupa. – Você é sempre chato?

- Não mesmo. Na maioria das vezes sou bem lindo e bacana.

- Convencido e humilde também. – Faço cara feia para ele. Pego mais algumas coisas para colocar dentro da mala e a nécessaire para colocar minhas maquiagens e outras coisas. Coloco dentro da mala também. – O que mais preciso levar?

- Você e só. Já estava de bom tamanho.

- E eu ia vestir o que por lá?

- As minhas roupas e você ficaria mais linda do que já é.

- Convencido você em Victor...

Ele vem se aproximando de mim me fazendo andar de costas e encostar na parede. Me dá  um selinho e depois começa a me beijar.

- Chega de arrumar mala, uma pausa... – Victor fala enquanto puxa meus lábios com os seus lábios também. Eu apenas sorrio entre e entrelaço minhas mãos em sua nuca, trazendo-o para mais perto do meu corpo. Seu corpo grudou no meu e se eu não estivesse presa a parede acho que perderia as forças das pernas. Ficamos ali um tempo nos beijando quando Laura entra no meu quarto.

- Kat... – Ela entra correndo e para com os olhos arregalados quando me vê beijando Victor. – Ele é seu namorado sim Kat. Vou andando até ela, dou um beijo em sua bochecha e puxo para sentar ela na cama.

- Não sou namorada dele não Laura, somos só amigos ok? – Laura sorri e da “Oi” para Victor, eu os apresento e vi que Victor se transformou completamente, ele começou a brincar com Laura e parecia uma perfeita criança. – Não sabia desse seu lado adorador de crianças.

- É uma das minhas qualidades. Sua irmã é linda igual à você Kat... – Os dois continuaram a brincar enquanto eu fui terminar minha mala.

- Você tem quantos anos Laura? – Escutei Victor fazendo várias perguntas a ela e Laura respondendo com todo o interesse do mundo. Me distrai escutando a conversa dos dois.

- Eu tenho seis aninhos. – Ela mostrou o número seis com os dedinhos. E vi Victor pegar as mãos dela para morder. Fiquei parada perto da porta do banheiro olhando aquela cena.

- Vocês dois ai nessa cena... Estão lindos. Victor já me trocou por você Laura. – Victor se levanta na mesma hora, rindo e me abraça com força olhando para a Laura.

- Oh Laurinha, eu não troquei você não beleza? Só estou abraçando sua irmã para ela não ficar com ciúmes.

- Não estou com ciúmes coisa nenhuma.

- Kat linda, você tem um defeito. Não sabe mentir. – A Laura disse rindo e pulando da cama correndo para fora do meu quarto.

- Você expulsou sua irmã do quarto. – Victor fez uma cara de triste e eu me soltei do abraço dele.

- Não expulsei ninguém, ela que saiu correndo daqui. – Me joguei na cama, estava morta de cansada e quase não tinha comando sobre o meu corpo. – Vem aqui vem Victor. Chamei-o com a mão sorrindo. Não se passaram dois segundos e ele já estava deitado do meu lado, se aproxima de mim e me faz minha cabeça deitar sobre o seu braço.

- Você me chamando assim eu fico doido em... – Ele ficou rindo e eu fiquei pensando nessa aproximação nossa. Parecia que eu já o conhecia porque ele me faz ficar a vontade, não sei porquê.

- Você me faz ficar tão à vontade ao seu lado. – Transformei meus pensamentos em palavras.
- Eu também me sinto muito bem ao seu lado, como não me sentia com ninguém. – Ele me envolveu com seus braços, ficamos de conchinha e começou a fazer cafuné em mim. Passou um tempo e eu adormeci com ele ali, me fazendo carinho.

Acordei e olhei para o lado. Victor tinha dormido comigo na minha cama. Fiquei parada olhando ele dormir, me aproximei e dei um selinho, ele abriu os olhos lentamente.

- Você podia me acordar sempre assim em? – Eu o abracei e fiquei sorrindo. Peguei o relógio para ver as horas e dei um pulo da cama. Estava atrasada para a faculdade e tinha uma coisa importante para entregar a Sra. Kareen. Victor foi se levantando lentamente enquanto eu tomava um banho rapidamente e me arrumava.

- Você não está atrasado não meu bem? – Gritei um pouco alto com a intensão de que ele me escutasse.
- Minha aula é mais tarde um pouco hoje linda. – Sai do banheiro já vestida, peguei minhas coisas.

- Você vai me levar?

- Claro linda. – Ele me puxou pelas mãos para sair do quarto, parou em frente ao espelho que tinha no corredor para olhar como estava. Fiquei rindo das caras que ele fez em frente ao espelho. Fomos quase correndo para o carro dele.


Máscaras - Partes de mim


Entramos no carro, Victor ia o mais rápido que dava, tinhamos perdido a noção da hora e eu estava atrasada. Chegamos na minha casa nos despedimos sem vontade alguma de nos deixarmos, entrei em casa correndo, me troquei e fui para faculdade, entrei atrasada na aula e durante ela troquei vários sms com o Victor até ele parar de me responder, devia ter acontecido algo importante não me preocupei muito e fiquei concentrada na aula. A hora passou voando, fui para o estacionamento e fiquei surpresa ao ver o carro do Victor, pensei logo que seria mais uma surpresa dele, abri um sorriso contagiante. Ele se aproximou e me explicou o por que de está lá, e eu não era o motivo... Me disse que tinha ido pegar uma amiga que estudava a noite e estava precisando de uns conselhos. Não entendi mas transpareci naturalidade, entrei no meu carro furiosa, peguei o celular e tentava ligar pro Emm mas ele não atendia, o tempo que fiquei ali parada pude ver a garota entrando no carro do Victor. Ela era bonita e parecia ser antipática, não pensei duas vezes e sai daquele feito louca no carro, passei pelo carro do Victor e com certeza ele percebeu que eu não estava bem. Logo meu celular tocou e era uma sms dele “Vai com cuidado” respondi no mesmo instante “Eu sei me cuidar” logo ele me rebateu “Deixa que eu cuido de você” me deu uma vontade de mandar ele ir cuida da amiguinha. Cheguei em casa brinquei com a Laura e cai na cama, dormi feito pedra.

- Bela adormecida ta na hora de acordar. – Falou o Emmet entrando no meu quarto e abrindo as janelas.

- Sai Emm, ainda tenho cinco minutos.

- Vamos aproveitar pra conversar. –Ele deitou do meu lado e me fez despertar. – Como foi com o cara ontem? Ele parece ser legal mas..

- Mas...

- Ontem ele tava com uma garota a noite na faculdade disse que era apenas uma amiga que precisava de ajuda.

- E você ta com ciúmes?

Joguei um travesseiro no Emmet e dei risada.

- Claro que não, não temos nada sério. –Levantei da cama, prendi meu cabelo e fui em direção ao banheiro. – E você com a Alice?

- Ah, sabe como é, a gente sempre se resolve.

Emmet saiu do meu quarto sem mais palavras e fui me arrumar, era um dia cheio, tinha uma festa a noite pra ir, um evento beneficente.

- Ei kat. A Ana se aproxima e me dá um abraço

- Oi Ana, como está? – Retribui seu abraço.

- Quero saber tudo do gatinho novo, vai na festa mais tarde?

Ficamos conversando e contei a Ana tudo que tinha acontecido, confirmei minha presença na festa e fomos pra aula, eu, Amy e Ana ficamos de zoação todas as aulas, saímos da sala rindo de qualquer bobagem, as meninas se despediram e eu fui até a biblioteca.

-Te procurei por toda parte.

-Oi Victor, estou aqui.

-Chegou bem em casa ontem?

- Sim. – Falei enquanto pegava uns livros.

- Por que você não me olha? Ta com raiva ou com ciúmes?

- Errou feio em. – olhei para o Victor e se eu estava sentindo raiva ou ciúmes passou naquele instante. – Vai na festa hoje a noite?

- Vou sim e você vai da honra da sua presença a todos?

- Ainda to pensando, tenho agenda cheia. – Sorri e olhei para ele.

Não demorou muito para o Victor me beijar e eu me render mais uma vez. O segurei pela mão e sai puxando ele para um canto, voltamos a nos beijar e era visível nossa atração, a paixão nos rodeava. Nos abraçamos por um momento e saímos da biblioteca.
- Aquele garota de ontem...

- Não se explica. – O interrompi .

-Mas eu quero falar, ela é só minha amiga que tem um lance com um amigo e ta tudo complicado na relação deles dois.

- Entendo. – Não consegui disfarçar o ciúmes.

Continuamos andando de mãos dadas pela faculdade todos nos olhavam surpresos. O Caio não soube controlar sua raiva e fez uma de suas brincadeiras infantis. Me despedi do Victor e fui para casa, fiz as coisas normais de minha rotina. A noite estava chegando e as meninas vinheram para nos arrumarmos juntas. Meu quarto estava uma zona, escutavamos músicas enquanto fazíamos maquiagens. Emmet gritava falando que tava pronto, em instantes todas estavam prontas, meu irmão como sempre reclamou do tamanho do meu vestido mas logo me elogiou, entramos no carro do Emm e fomos em direção a festa.

- Hoje eu quero dançar muito. – Disse Amy passando batom

-Eu soube que os homenageados da festa são os pais de um amigo do Victor. – Completou Ana.

Chegamos no local e toda cidade estava la, entramos na festa e estava tudo perfeito, meus olhos procuravam pelo Victor, ele estava demorando. Fiquei me destraindo com meu irmão e a Alice.

- Kat não olha agora, o Victor chegou acompanhando. – Disse a Ana no meu ouvido.

 Demorei um pouco e virei para olhar o Victor. Ele estava acompanhado daquela garota. Eu não consegui evitar e olhei na hora que Ana me disse. Senti meu corpo todo enrijecer, fiquei paralisada e eu só pude perceber que ela segurava no braço dele. Os nossos olhares se encontraram e eu fui direto para a varanda dos fundos, meio que correndo e forçando minhas pernas a correrem ou andar mais rápido para não parecer que estava fugindo. Me escorei na cerca da varanda e fiquei olhando o jardim, tentando controlar minha respiração que parecia um bicho bufando. Escuto uns barulhos de passos e passo a mão no meu rosto para me acalmar e dou uns tapas de leve em mim mesma para acordar, pois parecia que eu estava em um pesadelo.

- Você sempre vai fugir quando me ver é? – Estremeci quando escutei a voz de Victor atrás de mim.

- Eu não estava fugindo de ninguém. – Ainda fiquei apoiada na cerca da varanda sem olhar para ele. Se eu olhasse naquele momento ele veria o que se passava comigo e eu preferi evitar olhar aqueles olhos maravilhosos.

- Parecia que estava fugindo de mim... – Ele se aproximou mais de mim e eu pude sentir suas mãos em minha cintura. Me desviei dos seus braços e olhei para o outro lado ainda evitando olhar nos olhos dele. – O que você tem Kat?

- Eu não tenho nada. É exatamente isso, não tenho nada. – Fui andando em direção a festa a procura de algum banheiro. Senti as mãos de Victor em meu braço me puxando para um corredor meio escuro que tinha perto da varanda.

- Me fala o que é Kat... – Eu ainda desviava os olhos dos dele. Ele segurou meu rosto me fazendo olhar para aqueles olhos lindos, me perdia olhando.

- Não é nada Vic... – A menina que o acompanhava apareceu bem na hora e eu não consegui terminar de dizer o nome dele. Fiquei imóvel e Victor percebeu.

- Estava te procurando gato da balada. Por onde andou? – Os olhos dela encontraram com o meu e ela percebeu que tinha atrapalhado algo. – Ah, desculpa pessoal! Não está mais aqui quem falou. E ela foi saindo em direção a festa de novo.

- Quem é essa daí? – Logo perguntei quando eu percebi que ela não me escutaria mais. 

Victor apenas sorriu e segurou na minha cintura com uma certa força, me beijou como se quisesse me fazer parar de pensar. Minhas pernas estavam perdendo a força, me escorei na parede e Victor colou o corpo dele ao meu. Tentei controlar a respiração enquanto sentia aquele corpo quente dele e o beijava.

- Ela é minha amiga e ela precisava sair, trouxe-a a festa... – Ele não parava de beijar e a cada vez aumentava a intensidade do beijo. Quando Victor parou, tive que apoiar minhas mãos na parede para voltar a me equilibrar.

- Ah entendi... Pensei que ela estava te acompanhando de outra forma. – Tentei sorrir para não parecer que o que eu estava sentindo eram ciúmes e raiva.

- Você ficou com ciúmes... que linda! – Senti aqueles lábios doces indo para o meu pescoço e me dar um beijo no mesmo. Arrepiei como se tivesse visto uma assombração, mas era o contrário, eu arrepiei por ter sentido os lábios dele.

- Eu? Ciúmes? Você anda vendo demais Victor. – 

Fui me afastando dele e indo em direção à festa a procura novamente de um banheiro para ver a situação da minha aparência.

- Aonde pensa que vai... – Não o escutei direito e continuei caminhando para o banheiro, entro dentro do mesmo e me encosto na porta. Controlo minha respiração e me olho no espelho, fico ajeitando meu cabelo.

- É, não estou tão branca quanto eu achava que estava. Terminei de ajeitar e sentir que estava pronta para enfrentar a amiga de Victor. Quando saio do banheiro, sinto uma mão me puxando pela cintura e me fazendo caminhar em direção à festa.

- Você tem que parar de me puxar assim Victor...

- E você tem que parar de fugir de mim assim... – Vejo o rosto dele se aproximar da minha orelha. – Ciumenta. Vejo as mãos dele se entrelaçarem com a minha e não tirei minha mão da dele. Era bom estar assim com ele.

- Eu não fujo de você e para de me chamar assim porque eu não sou ciumenta. – Olho para ele e junto as sobrancelhas fazendo cara de brava.

- Você é linda até com cara de brava...

- E você não consegue parar de falar essas coisas né? – Vou entrando na festa de mãos dadas com Victor e parecia que a festa parou enquanto entravamos. As meninas ficaram de boca aberta, de menos Ana que já sabia que isso aconteceria, apenas sorriu para nós dois. A amiga de Victor se aproximou.

- Então vocês é o casal mais top da região? – Ela disse bebendo uma coisa que não consegui identificar.

Eu a interrompi logo. – Não somos um casal... Fiquei olhando em volta para ver se achava algo para beber.

- Para mim é. Está procurando algo para beber? – Ela inclinou o copo dela na minha direção, fazendo-me pegar ele para experimentar.  – E meu nome é Liz.

- Muito prazer. – Eu pude sentir um pouco de frieza na minha fala e acho que Victor e ela também perceberem. Peguei a bebida dela, olhei meio desconfiada para os lados e dei um gole. Não consegui identificar de começo o que era, mas percebi que era um uísque até bom

 – É gostoso... Quero um para mim. – Entreguei o copo à ela e sorri.

- Você não vai beber a mesma coisa que essa doida aí não. – Victor disse me puxando para o lugar onde estavam as bebidas. Cruzo os braços.

- O que vou beber então? E para de me puxar, que coisa... – Fechei a cara para ele e fiquei parecendo uma criança. Victor me entregou uma bebida e quando bebi arregalei os olhos por ser tão boa e com pouco álcool.

- Gostou da bebida? – 

Ele pegou um copo para ele, deu um gole e me puxou para dançar no meio da pista onde todos estavam dançando. Comecei a tomar a bebida que ele me ofereceu e dançava como se não tivesse ninguém a minha volta. Alguns minutos depois, me esbarro em alguém e quando vejo é Caio.

- E ai Katie, tudo bem? – Eu assustei com ele falando comigo, demorei um pouco para pensar no que respostar ou se devia responde-lo.

- Oi Caio, estou ótima e você? – Deu para reparar que ele não estava com a namorada por perto, então foi por isso que ele puxou assunto comigo porque ela me odeia.

- Estou bem também. Vi que você está acompanhada... – Pude perceber que ele estava com um pouco de ciúmes. A voz dele sempre muda quando está com ciúmes. Não estou mais com ele, mas o conheço bem demais para tentar me enganar.

- É... Estou sim Caio e você está acompanhado já tem um tempo também né. – Quando olhei para o lado vi a amiga de Victor mandando ele vim na minha direção. Nossos olhos se encontraram e eu sorri. Victor se aproximou e me deu um selinho.

- Então é esse o otário? – Caio disse com um tom de voz mais elevado fazendo questão que Victor escutasse. Victor se virou para ele.

- Otário é você cara que tem não respeito a sua ex e fica desfilando por ai com outra mulher.

 – Victor deu um empurrão em Caio fazendo-o desequilibrar e cair para o lado. Nessa hora, a galera da esta começou a parar de dançar e a olhar para os dois. Algum infeliz bem lá no meio gritou: Briga! Briga! Briga! E então o pessoal todo da festa começou a olhar para nós. Eu fiquei paralisada e sem saber o que fazer.

- Para com isso vocês dois. – Gritei enquanto olhava Victor e o Caio quase se matando.

Victor me olhou e logo saiu sendo puxado pela amiga, continuei ali como todos me olhando e a Ana me tirou da festa junto com o Emm, me levaram pro carro e eu pude observar do outro lado o Victor conversando com a amiga, ele tava nervoso e a minha vontade era de ir abraçá-lo mas o Emm não deixou, fiquei no carro enquanto ele voltou na festa pra pegar a namorada, em seguida fomos pra casa mas meu pensamento ficou todo no Victor, pouco me importava o resto a minha volta. Desci do carro rápido ao chegar em casa e me tranquei no quarto, fiquei muito preocupada com tudo, ninguém me dava notícias, tomei um banho pra me acalmar e tentei me destrair coma tv, mandei vários sms pro Victor mas ele não me respondia...

- Já é dia Kat – Disse a Laura entrando no meu quarto com um sorriso de anjo

- Oi minha pequena.

- Vamos passear? – Deitou ao meu lado na cama e me deu um beijo confortante.

Levantei e me arrumei para passear com a Laura, só tinha aula a noite e precisava destrair a cabeça. Fomos ao parque depois ao shopping, comemos doce e fiquei por um instante sem pensar em nada mais. Meu celular toca,sms do Victor “preciso te ver” eu fiquei feliz por saber que pelo menos vivo ele estava “to no parque com a Laura” Não obtive resposta dele e voltei a me destrair vendo a Laura brincar com as outras crianças...

- Fui um babaca ontem. Victor me surpreendeu sentando no banco ao meu lado.

- A culpa não foi só tua, o meu passado me persegue. Olhei para ele sem expressão alguma no rosto.

- Me desculpa

- Tá tudo bem... Só não some mais. Victor se aproximou e me beijou, mais uma vez viajei em meus pensamentos e sentia seus carinhos tão intensos.

- Maninha vamos pra casa –Interrompeu a Laura. Sorri junto com o Victor e a olhei para ela.
- Oi cunhadinha – O victor falou enquanto beijava a mão da Laura, batei nele com meu ombro e levantei.

- Você é o namorado da Kat?

- Não.. Interrompi antes que ele pudesse responder.

Fui pra casa com a Laura e marquei com o Victor de nos encontramos depois da minha aula, antes de ir pra faculdade queria falar com o Emm, fui entrando em seu quarto quando percebi que a Alice estava la, dei meia volta e fui para faculdade, queria conversar com alguém mas Ana tinha viajado e a Amy nem pensar. Sentei no refeitório para esperar a aula começar quando o Felipe se aproximou.

- Fala sumida – Me deu um beijo e sentou ao meu lado.

- Como você ta? Por que sumiu?

- Bem e você kat? Soube do carinha novo... Sabe como é né tenho a agenda lotada – Deu risada e jogou suas coisas em cima da mesa.

- Eu estou bem, quem te falou? Ah senhor ocupado. – Ficamos conversando e contei tudo ao Felipe, foi uma conversa agradável e matamos a saudades, o sinal tocou e eu estava indo pra sala.

-Oi kat, é esse seu nome não é? – Era a Liz amiga do Victor.

- Oi liz– Sorri e final positivo pra ela. – Gostou da festa?

- Apesar dos pesares – Demos risadas juntas – Foi bem legal. Quando será a próxima?

- Por aqui só acontece esse tipo de festa a cada dois meses.

- Vamos animar essa cidade em? – Nos despedimos e cada uma foi para sua aula –


Máscaras - O Garoto


- Meu nome é Victor – Disse ele abrindo aquele lindo sorriso.

- O meu nome é...

-Katie! – Me assustei

- Como sabe meu nome? – Perguntei ainda assustada

- Eu sei mais do que você pensa. Sei que você já ficou com um menino chamado Ted e namorou o Caio do time de futebol, faço terceiro período do curso de moda e adora alta costura. Acertei?

- Ei calma ai, como você sabe de tudo isso? Quem te falou? Você anda me vigiando?

- Eu que te peço calma, vou responder todas as suas perguntas é só confiar em mim.

- Eu confio. – Não sei como essas palavras saíram da minha boca.

Continuamos andando e ele me esclareceu tudo. O Victor era aluno novo veio transferido de outra cidade com os amigos, me falou sobre a família, me contou coisas engraçadas e chagamos na lanchonete, sentei na mesa com as meninas e ele se juntou a nós, o papo estava super agradável, sorriamos muito e ao decorrer da conversa trocamos vários olhares. Ao tocar do sinal nos despedimos. Eu estava empolgada, animada, sorrio como uma boba. Assisti todas as aulas com muita empolgação e todos notaram minha mudança. Mas estava louca pra ir embora, sabia que ontem tinha acontecido algo com o Emmet e queria ajudá-lo. Nem percebi quando o sinal anunciou o fim das aulas, me surpreendi com a Ana puxando minha mão e saímos da sala.

- Onde você pensa que vai? – Victor estava esperando encostado na parede da minha sala.

- Estou indo embora… Na verdade, o que você está fazendo aqui? Não combinamos nada.

- Quis fazer uma surpresa! – ele piscou para mim.

- Vejo vocês amanhã! – a Ana saiu apressada, provavelmente nos deixando sozinhos.

Ele não falou nada só ficou olhando para mim.

- Como foram suas aulas? – ele recomeçou a conversa.

- Sabe que nem sei o que aconteceu…

- Como assim não sabe? – dessa vez ele quem ficou surpreso.

- Eu não estava prestando atenção em nada, estava pensando em você... E no meu irmão que não está bem. Na verdade eu nem ouvi o sinal tocar, foi a Ana quem me chamou parar ir embora. – expliquei.

- Pensando em mim é? – Victor fez cara de desentendido, mas sabia que ele tinha gostado.

- Tem algum problema? – perguntei.

- Não, é só que eu não esperava.

- Confessa que você adorou saber isso.

- Você não sabe o quanto.

Ele pegou minha mão, não tentei tira-la, e fomos para o estacionamento.

- Não posso demorar! – falei.

- Eu sei, eu também não. Mas eu não queria…

- Sinto muito, mas eu preciso mesmo ir! –

- Tudo bem! – por algum motivo sabia que estava sendo difícil para ele, também estava sendo para mim.

Ele me pegou de surpresa abraçando-me, quando ele me soltou fiquei parada ali, sem fazer e dizer nada e quando ele viu que eu ia continuar do mesmo jeito por um bom tempo ainda ele falou.

- O que foi? Porque está me olhando assim? – ele estava rindo, mas sabia que estava sem graça. Ele abriu a porta do meu carro.

- Você me pegou de surpresa! – falei.

- Fui impulsivo, admito… Perdoe-me?

- Não, está tudo bem, gostei, mas como disse, não esperava. – liguei o carro, para ir embora.
- Posso te pedir uma coisa?

- O que você quiser! – consegui olhar para ele.

- Você pode me dar o seu número, para eu saber se você está mesmo bem quando chegar a sua casa? – eu não ia recusar isso.

- Claro só um momento. – Peguei uma caderneta que tenho em meu carro e anotei o número do meu celular e da minha casa caso ele não conseguisse no meu telefone. Entrei o papel a ele e Victor fechou a porta do meu carro para mim.

- Vá com calma na estrada e espere uma ligação minha mais tarde, não rejeite. – Ele foi entrando em seu carro, abaixou o vidro e me olhou sorrindo. Parecia que aquele sorriso me fazia mergulhar em outro mundo bem distante do meu.

- Pode deixar, não vou rejeitar sua ligação. – 

Liguei o carro e dei partida para fora do estacionamento. Quando olho no retrovisor, Victor está logo atrás de mim e acena. Abaixo o vidro e dou um tchauzinho com a mão. Vou indo em direção oposta a de Victor. O mesmo caminho de sempre, só que parecia que algo estava mudado. Não sei se era o que eu estava sentido ou as coisas mudaram mesmo pelo caminho. Olhava em volta viajando em cada detalhe das ruas. Cheguei em casa e vi o carro do Emmet, imaginei que ele estaria comendo ou deitado na sua cama. Entrei dentro e como sempre faço, deixei minhas coisas da faculdade no meu quarto e lá vinha Laura correndo.

- Oi Kat... Você é quem vai me levar hoje ao ballet né? – Ela só me abraçava forte e quando olhou para mim com aqueles olhinhos brilhante não resisti.

- Vou levar você sim. Sempre levo você nas quartas-feiras né pequena. – 

Ela balançou a cabeça em sinal positivo, me mandou beijo com a mão e saiu correndo para o quarto dela. Fui andando em direção ao quarto de Emmet e a porta estava fechada. Dei três batidas e com a quarta ele poderia saber que era eu, sempre batia assim na porta dele para me identificar. Emmet abriu a porta com cara de sono.

- Você sempre chegando na hora certa em... – Dei um beijo no rosto dele, me sentei na cadeira do computador dele e fiquei olhando-o.

- Também te amo. Agora me conta o que houve ontem Emzão? – Peguei uma bolinha em cima da mesa do computador dele e fiquei mexendo com elas na mão, mas prestando atenção em todos os movimentos dele.


- Ah, eu sai com os caras ontem e vi a Alice com outro cara. Aquela garota faz de tudo para me tirar do sério e ficava fazendo de tudo para eu notar a presença dela. – Não sei se o que ele sentia era ódio dela ou a vontade de ter ela de volta.

- E o que você sentiu quando ela fez isso?

- Eu senti ódio dela. Ódio por ela estar com outro cara e não se dar o respeito. Quando terminamos eu disse que queria respeito e ela está quebrando o que foi prometido. – Eu tinha uma única certeza por enquanto sobre meu irmão, ele ainda sentia algo por ela, mesmo que pouco. Porque se importa e ainda dá para ver que sentiu ciúmes dela com outro cara.

- Olha Emzão, se eu fosse você partia para outra logo. Não pode ficar ai se remoendo de ódio ou seja lá o que for o que estiver sentindo. Você mais do que ninguém sabe que ela já partiu para outro, até está com outro cara. Só você que ainda não conseguiu seguir sua vida direito. Sei que seu sentimento por ela era muito forte, mas com o tempo tudo vai mudar... – Ele brincava com o travesseiro e parecia não prestar atenção. 

– Ei, ouviu o que eu falei? – Joguei a bolinha que estava na minha mão em cima dele e eu errei a mira. Sim, sou péssima de mira.

- Eu ouvi sim, só estou pensando em tudo que você disse e tem razão. Como sempre você tem razão também em Kat... – Ele jogou o travesseiro em mim e eu segurei-o rindo.

- Sou linda né, pode falar. Agora vá sair com seus amigos para conhecer pessoas novas. – Me levantei e fui em direção a porta, olhei para trás e mandei beijo para ele, Emzão apenas sorriu. Fui indo para o quarto da Laura, cheguei só até a porta.

- Está pronta minha linda? Vamos logo antes que você chega atrasada lá. – Ela veio correndo e me entregou a bolsa dela com as coisas dela. Fui ao meu quarto, peguei minha bolsa e as chaves e fui seguindo Laura até o carro. Deixei Laura no balett e voltei para casa na esperança de poder dar aquela minha dormida sagrada á tarde. No momento em que coloquei o pé dentro de casa, ouço meu celular tocar: “My universe will never be the same, I’m glad you came...” Fiquei igual louca revirando minha bolsa, era capaz de sair um elefante de lá de dentro, menos o meu celular. Achei ele e fiquei tremendo, atendi mega rápido com medo de perder a ligação.

- Nossa em, parece que você correndo me atender. – Era a voz de Victor e eu tentei controlar meu fôlego para não dar um pire-paque ali mesmo.

- Oi para você também. É que eu não estava achando meu celular dentro da minha bolsa, revirei ela toda aqui. – Comecei a rir e escutei ele rindo também. Parecia que eu via ele sorrindo para mim.

- Mulheres... São sempre assim mesmo? Todas muito loucas? – Fui subindo as escadas e me joguei na cama para conversar mais a vontade com ele.

- Eu não sou louca e se você falar isso de novo, eu mato você.

- Isso é uma ameaça? – Ele riu alto e eu não consegui deixar de sorrir também.

- Considere como uma ameaça, ok? – Não sei porquê mais me deu uma vontade de ver aqueles olhos verdes e o sorriso de Victor.

- Posso ver você agora? – Eu dei um pulo da cama e fiquei andando de um lado para o outro do quarto. Quando vejo, Emzão está na porta do quarto vendo minha euforia. Faço sinal com a mão para ele sair de lá e ele fica mexendo os lábios, dizendo: Hum, sei em. Emzão disse mais alguma coisa, mas não deu para entender por que fui logo fechando a porta do quarto.

- Agora? Aonde iriamos? – Tentei controlar minha voz para que ele não percebesse o estado que fiquei.

- Você é quem escolhe. Eu iria passar ai para te mostrar um lugar, mas se não quiser eu posso ir para sua casa e ficamos ai conversando mesmo. Isso se você quiser me ver... – Sem muito esforço eu me controlei e apenas sorri ao ouvir ele dizer.

- Tudo bem. O que devo vestir para ir nesse tal lugar misterioso que você quer me levar? – Fui para a frente do espelho e vi que ainda estava com a roupa que voltei da faculdade. Precisava de um banho rápido e urgente.

- Coloque uma roupa fresca, vamos andar um pouco... – Abri a porta do guarda roupa e dei uma olhada nas roupas e pensando no que vestir.

- Ok então, você vem me pegar ou eu te encontro?

- Eu passo ai na sua casa. Me passa o endereço por sms. – Comecei a tirar minhas roupas com ele no telefone ainda. Peguei um short e uma blusa toda linda e confortável, peguei umas sapatilhas e deixei tudo perto da minha cama.

- Vou passar. Vou só tomar um banho...

- Vou passar ai em 20 min, se arruma rápido. – Ele desligou o telefone rindo. Como assim ele já estava com essa intimidade toda? O jeito que ele me trata... Parece que já o conhecia há tempos e não sabia. Fiquei pensando nessa loucura toda e no que aconteceria quando eu saísse com ele. Entrei dentro do banheiro e tomei um banho não demorado.

- Aonde você vai Kat? – Custei entender o que Emzão tinha dito. Terminei o meu banho, me sequei e sai para o quarto enrolada na toalha.

- Vou encontrar com o Victor. Você pode buscar a Laura? Não sei se vou demorar... – Peguei minhas roupas e fui para o banheiro me vestir. Terminei e voltei para o quarto me maquiar.

- Então é esse o nome do futuro agregado? – Vi pelo reflexo do espelho que ele sentiu uma pontinha de ciúmes, mas logo deu um sorriso para disfarçar. 

Comecei a maquiar, mas não pude deixar de me virar e sorrir para ele. – Eu busco a Laura sim, acho que vou dar uma volta com ela também, porque a mamãe não chega cedo hoje. Balancei a cabeça em positivo e estava quase terminando de passar o blush.

- Você é um irmão lindo. Eu casaria com você sem pensar duas vezes. – Ele chegou perto de mim e apertou meu nariz, saiu do quarto e ouvi a porta do quarto dele se fechando. Pensei “Ele não está bem, quando voltar converso novamente com ele.” 

Passo um batom de leve e termino de me ajeitar. Pego minha bolsa e fico na sala esperando por Victor. Pego meu celular e envio a sms para ele. Em menos de segundos o celular vibra de novo. “Que demora p mandar um sms em Kat hahaha” “Desculpa, fui me arrumar” “Ok, estou chegando na sua casa já.” Sinto minhas mãos suarem, vou até a cozinha e bebo um pouco de água. “Tenho que me acalmar, estou parecendo uma adolescente desse jeito” Ri de mim mesma. Escuto a buzina do carro de Victor e vou andando um pouco rápido demais para a porta da frente. Vejo aquele sorriso estonteante e aqueles olhos... Respira Katie, não perca o foco, apenas respire.

- Você é sempre linda assim ou se arrumou assim só para me ver? – Ele foi se aproximando para me cumprimentar. Eu apenas fui observando o que ele fazia, acompanhava-o com os olhos.

- Eu sou sempre linda mesma... – 

Comecei a rir e ele abriu a porta do carro para mim. No momento em que entrei no carro, nossos olhares se encontraram e sua mão passou sobre a minha. Congelei e fiquei paralisada na hora. Mas logo ele entrou no carro se juntando a mim, eu tava curiosa pra descobrir onde íamos mas o Victor fazia questão de manter o mistério , no caminho não consegui deixar de notar que o lugar era lindo, ficava cada vez mais admirada. Conversamos sobre muita coisa, e descobri que ele tinha um irmãozinho e que muito apaixonado pelo mesmo.

- Chegamos. – Disse o Victor enquanto descia do carro. Desci logo depois e deixei minha bolsa dentro do carro, me juntei até do outro lado e começamos a caminhar. Ele reparava no jeito que eu mexia no cabelo, não pude deixar de notar... Pegou minha mãe saimos correndo pra perto de um lago, ele sentou e me puxou pra sentar também, não exitei apesar e fiz como ele queria.

- O que pretende fazer quando acabar a faculdade? Vai continuar na cidade? Perguntei.

- Não sei ainda, logo meus pais mudam pra cá mas eu não sei o que vai acontecer comigo. Ele falou enquanto jogava uma pedra na água.

- Posso entender... Sorri e olhei pro lado.

-Você tem algo de encantador nesse sorriso.

 Victor se aproximou, senti suas mãos tocarem minha nuca, meu corpo eu já não dominava mais. Nos beijamos, ficamos ali como se não tivesse nada ao nosso redor, ele me tocava de um jeito que nunca havia sentido igual, minhas mãos sentiam cada parte do seu rosto, eu estava entregue aquele beijo de um puro desconhecido...

- Dessa vez você não ficou paralisada.

- Sabe como é, com o tempo a gente vai pegando a prática.

Caimos na risada e ficamos horas nos amando, eu estava feliz depois de muito meses, eu me sentia segura e protegida. O Victor fazia de tudo pra me deixa a vontade, mais carinhoso impossível. Levantei rapidamente...

-Perdi a hora, ainda tenho duas matérias na faculdade, temos que ir. – Falei enquanto prendia meu cabelo. Ele levantou em seguida segurou minha mão e caminhamos até o carro.

- Posso te pegar na saída da aula?

-Não vai dar, tenho que ficar um pouco com a Laura, minha irmãzinha, prometi pra ela.
- Tudo bem, por essa causa eu posso perdoar...