sábado, 4 de agosto de 2012

A dois


É um menino que tem barba por fazer e uma menina de 1,60 de altura. O dia passa rápido por causa do mesmo trabalho dos dois, mas acaba mais rápido porque não conseguem fazer mais nada ao avistar o outro sair daquele carro branco. O dela é meio sujo, o dele impecável. Ele perfeito e ela se orgulha em ser um caos. Um complementa o outro. Do que ela não sabe ele ri, e o que ele não sabe ela não se importa em ensinar sem paciência.

Ciumenta. Quando ele a vê olhar para outro diferente – ou quando enxerga ela olhando para outro do mesmo jeito que olha para ele, – quer tomar o olhar só para si, mas disfarça a decepção de ela poder ser de todos saindo para o lado.

Quase opostos porque os interesses são os mesmos. Ele diz menos, mas quando diz deixa todo mundo entender, ela revela muito, aos poucos e nas entrelinhas. Mensagens cifradas que são decifradas por poucos.

Não é decifrada por ele. Se fosse, não teria tanta graça.

Larga as palavras e faz psicologia que ainda há tempo. Entende as pessoas como ninguém, mas ela para si mesma ainda é um mistério. Ele é direto, a alma humana é o que ele ouve e vê, o resto ele deixa aos escritores que nunca leu mas ouviu falar. Apesar de ver nos olhos dela quando gostou ou não do presente e qual será o próximo passo para deixar sua menina feliz. Ou pelo menos fazê-la rir.

Quando juntos se transformavam em pessoas que nunca tinham sido. Ninguém nunca tinha conhecido. Nem vão conhecer.

Porque o amor existe e ponto. É perfeito só assim. Não precisa parecer igual, nem bonito, apenas existir.

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