domingo, 26 de agosto de 2012

Máscaras - Canção



Ela não era tudo aquilo que eu pensava, parecia ser legal até. Era aula da senhorita Kereen e a Amy chegando atrasada como sempre, fiquei surpresa quando ela disse que tinha ficado com um amigo do Victor mas ela parecia feliz e só isso importava. Recebi um sms do Victor falando que estava me esperando na saída da faculdade, na metade da aula corri ao encontro dele, entrei no carro e nos abraçamos. Não demorou muito para sairmos dali, Victor me levou pra sua casa onde morava com um amigo, subimos pro seu quarto...

- Que zona de perigo – Olhei em volta toda a bagunça enquanto ele procurava algo.

- Não fala assim, já teve pior. – Ele sorriu e sentou na cama. O acompanhei e sentei do seu lado. Compus uma música? Posso cantar agora? –

- Com certeza! – falei ansiosa demais.

- Eu escrevi a letra em um papel, para ficar mais fácil para você. – ele pegou uma folha e a desdobrou, lá estava escrita a música.

Enquanto ele cantava, eu seguia cada frase no papel, às vezes quando levantava a cabeça para olhá-lo nossos olhos se encontravam, mesmo cantando ele não parava de olhar para mim, eu percebia seus olhos me observando mesmo quando eu acompanhava a letra da música no papel, isso me deixava com vergonha e eu me corava.

Percebi que aquela música tinha algo de especial, não sabia o que era, mas tinha certeza que existia algo de diferente, era como se fosse inspirada em alguém, era muito linda a letra e o ritmo era bem romântico, era uma música calma.

A voz do Victor era impressionante, inexplicável, era a voz mais linda que eu já ouvi.
Quando ele parou de tocar eu não consegui falar nada. Eu não conseguia olhar para aquele rosto inteiramente perfeito, o silencio não ajudava em nada, agradeci por ele ter falado algo.

- E então? O que achou? – perguntou-me ele.

- O que posso dizer além de perfeito? – respondi depois de um minuto.

- Você gostou mesmo? – percebi que “perfeito” não era o elogio ideal.

- Você canta muito bem, a letra da música é linda, parece que teve uma inspiração, o ritmo combinou muito com a letra: calma e romântica. Não tenho muito que dizer Victor, o elogio mais apropriado que posso fazer é dizer que é tudo perfeito. – eu estava completamente encantada pela música e por ele.

- Fico feliz que gostou!

-Gostei muito... Levantei da cama e fui olhar pela janela.

- Tenho que te falar uma coisa – Victor se aproximou por trás de mim, fastou o meu cabelo e senti seus lábios tocarem meu pescoço.

- Pode falar – Falei com a voz suave e estava arrepiando com suas caricias.

- Vou passar uns dias foras da cidade – mordeu minha orelha, subiu suas mãos pela lateral do meu corpo. Naquele momento eu não sabia exatamente o que fazer...

- Como assim? Por que? – Me virei pra ele e alisei teu rosto suavemente.

- Meus pais vão vim morar na cidade e eu vou ter que ir vê-los pra ajudar com a mudança.

- Vai ser difícil ficar longe de você! – falei fazendo biquinho.

- Que biquinho mais lindo! – ele sorriu e tocou meus lábios. – Acredite, vai está sendo difícil para mim também. – depois tocou meu rosto - Você poderia vim comigo...

- Eu ir com você? – Eu queria ir com ele. Seria bom respirar outros ares e além do mais conheceria a família. Veria de onde vem essa perfeição chamada Victor. – Mas e minha faculdade? E a sua faculdade?

- É só uns dias, no máximo uma semana. Se caso eu precise ficar mais e você não quiser ficar lá, eu vou entender. E outra a faculdade é um problema também... Se não quiser ir por causa da faculdade vou entender, mas depois você poderia pegar a matéria com a Ana e depois eu me viro na minha. – A maneira como ele falava fazia parecer tudo tão mais simples e fácil. – Você quer ir comigo?

- Tenho que ver com minha mãe, ver se Laura ficará bem sem eu por perto e ajeitar as coisas para ir. – Me encostei na janela e fiquei olhando a noite, pensando se eu aceitaria a proposta dele, seria um grande passo para o que estava rolando na nossa relação. – Eu quero ir sim, mas você vai quando? Preciso arrumar minhas coisas e você vai me ajudar, não vai?

- Vou amanhã, depois das aulas a noite na faculdade. – Ele encostou o corpo dele no meu, me prendendo contra a parede. Senti suas mãos em minha cintura e percebi que meu corpo não o rejeitava. Pelo contrário, queria estar cada vez mais perto dele. – Eu te ajudo sim. Amanhã você tem aula a tarde? Eu iria com você para a sua casa e te ajudaria.

- Não tenho aula a tarde e só tenho uma à noite, eu acho. Fica mais fácil até eu ajeitar tudo né.

 – Victor levou seu rosto para o meu pescoço e começou a dar leves chupões nele. Fiquei mais que arrepiada, estava com vontade dele. Tentei respirar para poder falar novamente. – Você tem quantas aulas na parte da noite?

- Eu tenho só duas aulas. Passo na sua casa e termino de te ajudar quando eu sair da faculdade, daí partimos para a viagem. – Ele disse entre os chupões no meu pescoço. Apenas balanço a cabeça concordando com o que ele tinha dito. Victor para os beijos no pescoço, me olha nos olhos e começa a me beijar com uma vontade que eu quase enlouqueci. Não sei se estava pronta para me entregar de vez e parecer que estava muito afim dele. Continuamos nos beijando com uma grande intensidade até eu interromper.

- Preciso ir para casa começar a arrumar as coisas, vamos também? – Me afastei do corpo dele, peguei minhas coisas e fiquei perto da porta do quarto dele. – Você pode me levar?

- É claro que te levo, vou ficar lá um pouco com você. – Ele pegou o celular dele e as chaves, pegou em minha mão, entrelaçou-as e foi me puxando para fora de casa até o carro dele.

- Você tem que me ajudar mesmo ok? – Fui entrando no carro quando ele abriu a porta do carro para eu entrar. Sorrio com esse gesto dele e ele dá a volta na frente do carro para entrar no mesmo.

- Vou ajudar sim... – Ele deu um sorriso com uma certa malícia. 

Apenas ri comigo mesma desse sorriso dele. Me ajeitei no carro, fiquei olhando em volta pelas ruas e de vez em quando nossos olhares se encontravam. Sem perceber minha mão vai para a sua coxa enquanto ele dirige e sinto ele pegar minha mão para beijar. É incrível como eu não consigo ficar sem sorrir ao lado dele, ficar sem pensar em coisas boas e me sentir bem. Quando chega em casa, ele coloca o carro perto da garagem da minha casa e desce do carro para abrir a porta para mim.

- Você é sempre cavalheiro assim? – Ele pega em minhas mãos me puxando para fora do carro. Vou andando com ele em direção a casa e tento procurar as chaves dentro da bagunça que é minha bolsa.

- Com você serei o tempo todo porque merece... – Victor pega a outra bolsa da minha mão para facilitar que eu procure as chaves. – Vai sair um elefante daí de dentro.

- Às vezes eu penso isso também. – Nossos sorrisos entraram em sintonia por termos soltado na mesma hora. Abro a porta de casa, Victor fica do lado de fora até eu puxar ele para dentro.

 – Sinta-se em casa Victor.

- Quer mesmo que eu me sinta em casa? Melhor não... – Ele começou a sorrir e era um dos sorrisos que eu mais gostava. Aquele que ficava subtendido e eu tinha que adivinhar qual era intenção escondida.

- Mas pelo tenta ser de casa, pode ficar a vontade. – Vou puxando ele para subir as escadas e entrar no meu quarto. 

Victor se joga na minha cama e eu deixo minhas coisas no sofá que tem dentro do meu quarto.

 – Agora eu vi o porquê de você falar “melhor não...”. Rindo dele vou pegando minha mala para arrumar as coisas. Paro por um instante. – Detalhe é que eu não conversei com minha mãe ainda.

- Ela não está em casa? Liga para ela e se você quiser eu a peço também. – Ele dá um sorriso debochado e eu faço uma cara de quem não gostou.

- Vou ligar para ela agora. – Vou até minha bolsa e pego meu celular, disco o número da minha mãe e espero chamar. – Oi mãe, tudo bem? “Oi Kat, tudo bem e por ai?” Está tudo certo... Queria te falar uma coisa. “O que é?” Vou viajar com um amigo meu, ele quer que eu vá para ficar lá com ele e ajudar a resolver as coisas da mudança do pai dele. Os pais dele vão se mudar para cá. “É só amigo seu mesmo? Sei em. E a faculdade?” Mãe, não me complica (rindo). Vamos ficar no máximo uma semana, não tenho prova essa semana e se tiver de última hora tem como eu repetir ela e recuperar os pontos depois qualquer coisa. A matéria eu pego com as meninas. Tudo certo. “Tudo bem, pode ir sim. Quando chegar lá me liga e me passa uma sms falando o local.” Tudo bem mãe, falo sim. Agora vou arrumar as coisas aqui, beijo. “Tchau Kat, beijos.”

- E ai? – Victor se sentou na cama e ficou me olhando ansioso.

- Ela... Disse que podia ir. – Victor levanta da cama num pulo e me agarra pela cintura, dando um beijo forte na minha bochecha. – Te prometo que a viagem vai ser boa.

- Espero que sim... – Abro meu guarda-roupa para escolher as roupas para levar e penso em como a viagem pode ser. Estando ao lado do Victor, só espero que seja boa mesmo, nada mais a se pensar. – Que tipo de roupa eu levo?

- Leva roupas de calor e de frio. Porque lá é assim: uma hora faz muito frio e outra faz muito calor, não dá para entender. – Ele pega minha mala e abre a mesma deixando em cima do outro lado do sofá, perto das minhas coisas.

- Tudo bem, me deixa ver aqui... – Fui pegando roupa de frio e de calor. Todas bem variadas, roupas para sair também. O bom da minha mala é que ela é bem grande e dá para levar muita roupa. Fui dobrando e colocando tudo dentro da mala.

- Quer mudar para lá também? – Victor disse rindo e se escorando na mesa do computador. Fica olhando todos os meus movimentos.

- Quem sabe eu mudo né? – Termino de colar mais algumas peças de roupa. – Você é sempre chato?

- Não mesmo. Na maioria das vezes sou bem lindo e bacana.

- Convencido e humilde também. – Faço cara feia para ele. Pego mais algumas coisas para colocar dentro da mala e a nécessaire para colocar minhas maquiagens e outras coisas. Coloco dentro da mala também. – O que mais preciso levar?

- Você e só. Já estava de bom tamanho.

- E eu ia vestir o que por lá?

- As minhas roupas e você ficaria mais linda do que já é.

- Convencido você em Victor...

Ele vem se aproximando de mim me fazendo andar de costas e encostar na parede. Me dá  um selinho e depois começa a me beijar.

- Chega de arrumar mala, uma pausa... – Victor fala enquanto puxa meus lábios com os seus lábios também. Eu apenas sorrio entre e entrelaço minhas mãos em sua nuca, trazendo-o para mais perto do meu corpo. Seu corpo grudou no meu e se eu não estivesse presa a parede acho que perderia as forças das pernas. Ficamos ali um tempo nos beijando quando Laura entra no meu quarto.

- Kat... – Ela entra correndo e para com os olhos arregalados quando me vê beijando Victor. – Ele é seu namorado sim Kat. Vou andando até ela, dou um beijo em sua bochecha e puxo para sentar ela na cama.

- Não sou namorada dele não Laura, somos só amigos ok? – Laura sorri e da “Oi” para Victor, eu os apresento e vi que Victor se transformou completamente, ele começou a brincar com Laura e parecia uma perfeita criança. – Não sabia desse seu lado adorador de crianças.

- É uma das minhas qualidades. Sua irmã é linda igual à você Kat... – Os dois continuaram a brincar enquanto eu fui terminar minha mala.

- Você tem quantos anos Laura? – Escutei Victor fazendo várias perguntas a ela e Laura respondendo com todo o interesse do mundo. Me distrai escutando a conversa dos dois.

- Eu tenho seis aninhos. – Ela mostrou o número seis com os dedinhos. E vi Victor pegar as mãos dela para morder. Fiquei parada perto da porta do banheiro olhando aquela cena.

- Vocês dois ai nessa cena... Estão lindos. Victor já me trocou por você Laura. – Victor se levanta na mesma hora, rindo e me abraça com força olhando para a Laura.

- Oh Laurinha, eu não troquei você não beleza? Só estou abraçando sua irmã para ela não ficar com ciúmes.

- Não estou com ciúmes coisa nenhuma.

- Kat linda, você tem um defeito. Não sabe mentir. – A Laura disse rindo e pulando da cama correndo para fora do meu quarto.

- Você expulsou sua irmã do quarto. – Victor fez uma cara de triste e eu me soltei do abraço dele.

- Não expulsei ninguém, ela que saiu correndo daqui. – Me joguei na cama, estava morta de cansada e quase não tinha comando sobre o meu corpo. – Vem aqui vem Victor. Chamei-o com a mão sorrindo. Não se passaram dois segundos e ele já estava deitado do meu lado, se aproxima de mim e me faz minha cabeça deitar sobre o seu braço.

- Você me chamando assim eu fico doido em... – Ele ficou rindo e eu fiquei pensando nessa aproximação nossa. Parecia que eu já o conhecia porque ele me faz ficar a vontade, não sei porquê.

- Você me faz ficar tão à vontade ao seu lado. – Transformei meus pensamentos em palavras.
- Eu também me sinto muito bem ao seu lado, como não me sentia com ninguém. – Ele me envolveu com seus braços, ficamos de conchinha e começou a fazer cafuné em mim. Passou um tempo e eu adormeci com ele ali, me fazendo carinho.

Acordei e olhei para o lado. Victor tinha dormido comigo na minha cama. Fiquei parada olhando ele dormir, me aproximei e dei um selinho, ele abriu os olhos lentamente.

- Você podia me acordar sempre assim em? – Eu o abracei e fiquei sorrindo. Peguei o relógio para ver as horas e dei um pulo da cama. Estava atrasada para a faculdade e tinha uma coisa importante para entregar a Sra. Kareen. Victor foi se levantando lentamente enquanto eu tomava um banho rapidamente e me arrumava.

- Você não está atrasado não meu bem? – Gritei um pouco alto com a intensão de que ele me escutasse.
- Minha aula é mais tarde um pouco hoje linda. – Sai do banheiro já vestida, peguei minhas coisas.

- Você vai me levar?

- Claro linda. – Ele me puxou pelas mãos para sair do quarto, parou em frente ao espelho que tinha no corredor para olhar como estava. Fiquei rindo das caras que ele fez em frente ao espelho. Fomos quase correndo para o carro dele.


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