- Meu nome é Victor – Disse ele abrindo aquele lindo sorriso.
- O meu nome é...
-Katie! – Me assustei
- Como sabe meu nome? – Perguntei ainda assustada
- Eu sei mais do que você pensa. Sei que você já ficou com um menino chamado Ted e namorou o Caio do time de futebol, faço terceiro período do curso de moda e adora alta costura. Acertei?
- Ei calma ai, como você sabe de tudo isso? Quem te falou? Você anda me vigiando?
- Eu que te peço calma, vou responder todas as suas perguntas é só confiar em mim.
- Eu confio. – Não sei como essas palavras saíram da minha boca.
Continuamos andando e ele me esclareceu tudo. O Victor era aluno novo veio transferido de outra cidade com os amigos, me falou sobre a família, me contou coisas engraçadas e chagamos na lanchonete, sentei na mesa com as meninas e ele se juntou a nós, o papo estava super agradável, sorriamos muito e ao decorrer da conversa trocamos vários olhares. Ao tocar do sinal nos despedimos. Eu estava empolgada, animada, sorrio como uma boba. Assisti todas as aulas com muita empolgação e todos notaram minha mudança. Mas estava louca pra ir embora, sabia que ontem tinha acontecido algo com o Emmet e queria ajudá-lo. Nem percebi quando o sinal anunciou o fim das aulas, me surpreendi com a Ana puxando minha mão e saímos da sala.
- Onde você pensa que vai? – Victor estava esperando encostado na parede da minha sala.
- Estou indo embora… Na verdade, o que você está fazendo aqui? Não combinamos nada.
- Quis fazer uma surpresa! – ele piscou para mim.
- Vejo vocês amanhã! – a Ana saiu apressada, provavelmente nos deixando sozinhos.
Ele não falou nada só ficou olhando para mim.
- Como foram suas aulas? – ele recomeçou a conversa.
- Sabe que nem sei o que aconteceu…
- Como assim não sabe? – dessa vez ele quem ficou surpreso.
- Eu não estava prestando atenção em nada, estava pensando em você... E no meu irmão que não está bem. Na verdade eu nem ouvi o sinal tocar, foi a Ana quem me chamou parar ir embora. – expliquei.
- Pensando em mim é? – Victor fez cara de desentendido, mas sabia que ele tinha gostado.
- Tem algum problema? – perguntei.
- Não, é só que eu não esperava.
- Confessa que você adorou saber isso.
- Você não sabe o quanto.
Ele pegou minha mão, não tentei tira-la, e fomos para o estacionamento.
- Não posso demorar! – falei.
- Eu sei, eu também não. Mas eu não queria…
- Sinto muito, mas eu preciso mesmo ir! –
- Tudo bem! – por algum motivo sabia que estava sendo difícil para ele, também estava sendo para mim.
Ele me pegou de surpresa abraçando-me, quando ele me soltou fiquei parada ali, sem fazer e dizer nada e quando ele viu que eu ia continuar do mesmo jeito por um bom tempo ainda ele falou.
- O que foi? Porque está me olhando assim? – ele estava rindo, mas sabia que estava sem graça. Ele abriu a porta do meu carro.
- Você me pegou de surpresa! – falei.
- Fui impulsivo, admito… Perdoe-me?
- Não, está tudo bem, gostei, mas como disse, não esperava. – liguei o carro, para ir embora.
- Posso te pedir uma coisa?
- O que você quiser! – consegui olhar para ele.
- Você pode me dar o seu número, para eu saber se você está mesmo bem quando chegar a sua casa? – eu não ia recusar isso.
- Claro só um momento. – Peguei uma caderneta que tenho em meu carro e anotei o número do meu celular e da minha casa caso ele não conseguisse no meu telefone. Entrei o papel a ele e Victor fechou a porta do meu carro para mim.
- Vá com calma na estrada e espere uma ligação minha mais tarde, não rejeite. – Ele foi entrando em seu carro, abaixou o vidro e me olhou sorrindo. Parecia que aquele sorriso me fazia mergulhar em outro mundo bem distante do meu.
- Pode deixar, não vou rejeitar sua ligação. –
Liguei o carro e dei partida para fora do estacionamento. Quando olho no retrovisor, Victor está logo atrás de mim e acena. Abaixo o vidro e dou um tchauzinho com a mão. Vou indo em direção oposta a de Victor. O mesmo caminho de sempre, só que parecia que algo estava mudado. Não sei se era o que eu estava sentido ou as coisas mudaram mesmo pelo caminho. Olhava em volta viajando em cada detalhe das ruas. Cheguei em casa e vi o carro do Emmet, imaginei que ele estaria comendo ou deitado na sua cama. Entrei dentro e como sempre faço, deixei minhas coisas da faculdade no meu quarto e lá vinha Laura correndo.
- Oi Kat... Você é quem vai me levar hoje ao ballet né? – Ela só me abraçava forte e quando olhou para mim com aqueles olhinhos brilhante não resisti.
- Vou levar você sim. Sempre levo você nas quartas-feiras né pequena. –
Ela balançou a cabeça em sinal positivo, me mandou beijo com a mão e saiu correndo para o quarto dela. Fui andando em direção ao quarto de Emmet e a porta estava fechada. Dei três batidas e com a quarta ele poderia saber que era eu, sempre batia assim na porta dele para me identificar. Emmet abriu a porta com cara de sono.
- Você sempre chegando na hora certa em... – Dei um beijo no rosto dele, me sentei na cadeira do computador dele e fiquei olhando-o.
- Também te amo. Agora me conta o que houve ontem Emzão? – Peguei uma bolinha em cima da mesa do computador dele e fiquei mexendo com elas na mão, mas prestando atenção em todos os movimentos dele.
- Ah, eu sai com os caras ontem e vi a Alice com outro cara. Aquela garota faz de tudo para me tirar do sério e ficava fazendo de tudo para eu notar a presença dela. – Não sei se o que ele sentia era ódio dela ou a vontade de ter ela de volta.
- E o que você sentiu quando ela fez isso?
- Eu senti ódio dela. Ódio por ela estar com outro cara e não se dar o respeito. Quando terminamos eu disse que queria respeito e ela está quebrando o que foi prometido. – Eu tinha uma única certeza por enquanto sobre meu irmão, ele ainda sentia algo por ela, mesmo que pouco. Porque se importa e ainda dá para ver que sentiu ciúmes dela com outro cara.
- Olha Emzão, se eu fosse você partia para outra logo. Não pode ficar ai se remoendo de ódio ou seja lá o que for o que estiver sentindo. Você mais do que ninguém sabe que ela já partiu para outro, até está com outro cara. Só você que ainda não conseguiu seguir sua vida direito. Sei que seu sentimento por ela era muito forte, mas com o tempo tudo vai mudar... – Ele brincava com o travesseiro e parecia não prestar atenção.
– Ei, ouviu o que eu falei? – Joguei a bolinha que estava na minha mão em cima dele e eu errei a mira. Sim, sou péssima de mira.
- Eu ouvi sim, só estou pensando em tudo que você disse e tem razão. Como sempre você tem razão também em Kat... – Ele jogou o travesseiro em mim e eu segurei-o rindo.
- Sou linda né, pode falar. Agora vá sair com seus amigos para conhecer pessoas novas. – Me levantei e fui em direção a porta, olhei para trás e mandei beijo para ele, Emzão apenas sorriu. Fui indo para o quarto da Laura, cheguei só até a porta.
- Está pronta minha linda? Vamos logo antes que você chega atrasada lá. – Ela veio correndo e me entregou a bolsa dela com as coisas dela. Fui ao meu quarto, peguei minha bolsa e as chaves e fui seguindo Laura até o carro. Deixei Laura no balett e voltei para casa na esperança de poder dar aquela minha dormida sagrada á tarde. No momento em que coloquei o pé dentro de casa, ouço meu celular tocar: “My universe will never be the same, I’m glad you came...” Fiquei igual louca revirando minha bolsa, era capaz de sair um elefante de lá de dentro, menos o meu celular. Achei ele e fiquei tremendo, atendi mega rápido com medo de perder a ligação.
- Nossa em, parece que você correndo me atender. – Era a voz de Victor e eu tentei controlar meu fôlego para não dar um pire-paque ali mesmo.
- Oi para você também. É que eu não estava achando meu celular dentro da minha bolsa, revirei ela toda aqui. – Comecei a rir e escutei ele rindo também. Parecia que eu via ele sorrindo para mim.
- Mulheres... São sempre assim mesmo? Todas muito loucas? – Fui subindo as escadas e me joguei na cama para conversar mais a vontade com ele.
- Eu não sou louca e se você falar isso de novo, eu mato você.
- Isso é uma ameaça? – Ele riu alto e eu não consegui deixar de sorrir também.
- Considere como uma ameaça, ok? – Não sei porquê mais me deu uma vontade de ver aqueles olhos verdes e o sorriso de Victor.
- Posso ver você agora? – Eu dei um pulo da cama e fiquei andando de um lado para o outro do quarto. Quando vejo, Emzão está na porta do quarto vendo minha euforia. Faço sinal com a mão para ele sair de lá e ele fica mexendo os lábios, dizendo: Hum, sei em. Emzão disse mais alguma coisa, mas não deu para entender por que fui logo fechando a porta do quarto.
- Agora? Aonde iriamos? – Tentei controlar minha voz para que ele não percebesse o estado que fiquei.
- Você é quem escolhe. Eu iria passar ai para te mostrar um lugar, mas se não quiser eu posso ir para sua casa e ficamos ai conversando mesmo. Isso se você quiser me ver... – Sem muito esforço eu me controlei e apenas sorri ao ouvir ele dizer.
- Tudo bem. O que devo vestir para ir nesse tal lugar misterioso que você quer me levar? – Fui para a frente do espelho e vi que ainda estava com a roupa que voltei da faculdade. Precisava de um banho rápido e urgente.
- Coloque uma roupa fresca, vamos andar um pouco... – Abri a porta do guarda roupa e dei uma olhada nas roupas e pensando no que vestir.
- Ok então, você vem me pegar ou eu te encontro?
- Eu passo ai na sua casa. Me passa o endereço por sms. – Comecei a tirar minhas roupas com ele no telefone ainda. Peguei um short e uma blusa toda linda e confortável, peguei umas sapatilhas e deixei tudo perto da minha cama.
- Vou passar. Vou só tomar um banho...
- Vou passar ai em 20 min, se arruma rápido. – Ele desligou o telefone rindo. Como assim ele já estava com essa intimidade toda? O jeito que ele me trata... Parece que já o conhecia há tempos e não sabia. Fiquei pensando nessa loucura toda e no que aconteceria quando eu saísse com ele. Entrei dentro do banheiro e tomei um banho não demorado.
- Aonde você vai Kat? – Custei entender o que Emzão tinha dito. Terminei o meu banho, me sequei e sai para o quarto enrolada na toalha.
- Vou encontrar com o Victor. Você pode buscar a Laura? Não sei se vou demorar... – Peguei minhas roupas e fui para o banheiro me vestir. Terminei e voltei para o quarto me maquiar.
- Então é esse o nome do futuro agregado? – Vi pelo reflexo do espelho que ele sentiu uma pontinha de ciúmes, mas logo deu um sorriso para disfarçar.
Comecei a maquiar, mas não pude deixar de me virar e sorrir para ele. – Eu busco a Laura sim, acho que vou dar uma volta com ela também, porque a mamãe não chega cedo hoje. Balancei a cabeça em positivo e estava quase terminando de passar o blush.
- Você é um irmão lindo. Eu casaria com você sem pensar duas vezes. – Ele chegou perto de mim e apertou meu nariz, saiu do quarto e ouvi a porta do quarto dele se fechando. Pensei “Ele não está bem, quando voltar converso novamente com ele.”
Passo um batom de leve e termino de me ajeitar. Pego minha bolsa e fico na sala esperando por Victor. Pego meu celular e envio a sms para ele. Em menos de segundos o celular vibra de novo. “Que demora p mandar um sms em Kat hahaha” “Desculpa, fui me arrumar” “Ok, estou chegando na sua casa já.” Sinto minhas mãos suarem, vou até a cozinha e bebo um pouco de água. “Tenho que me acalmar, estou parecendo uma adolescente desse jeito” Ri de mim mesma. Escuto a buzina do carro de Victor e vou andando um pouco rápido demais para a porta da frente. Vejo aquele sorriso estonteante e aqueles olhos... Respira Katie, não perca o foco, apenas respire.
- Você é sempre linda assim ou se arrumou assim só para me ver? – Ele foi se aproximando para me cumprimentar. Eu apenas fui observando o que ele fazia, acompanhava-o com os olhos.
- Eu sou sempre linda mesma... –
Comecei a rir e ele abriu a porta do carro para mim. No momento em que entrei no carro, nossos olhares se encontraram e sua mão passou sobre a minha. Congelei e fiquei paralisada na hora. Mas logo ele entrou no carro se juntando a mim, eu tava curiosa pra descobrir onde íamos mas o Victor fazia questão de manter o mistério , no caminho não consegui deixar de notar que o lugar era lindo, ficava cada vez mais admirada. Conversamos sobre muita coisa, e descobri que ele tinha um irmãozinho e que muito apaixonado pelo mesmo.
- Chegamos. – Disse o Victor enquanto descia do carro. Desci logo depois e deixei minha bolsa dentro do carro, me juntei até do outro lado e começamos a caminhar. Ele reparava no jeito que eu mexia no cabelo, não pude deixar de notar... Pegou minha mãe saimos correndo pra perto de um lago, ele sentou e me puxou pra sentar também, não exitei apesar e fiz como ele queria.
- O que pretende fazer quando acabar a faculdade? Vai continuar na cidade? Perguntei.
- Não sei ainda, logo meus pais mudam pra cá mas eu não sei o que vai acontecer comigo. Ele falou enquanto jogava uma pedra na água.
- Posso entender... Sorri e olhei pro lado.
-Você tem algo de encantador nesse sorriso.
Victor se aproximou, senti suas mãos tocarem minha nuca, meu corpo eu já não dominava mais. Nos beijamos, ficamos ali como se não tivesse nada ao nosso redor, ele me tocava de um jeito que nunca havia sentido igual, minhas mãos sentiam cada parte do seu rosto, eu estava entregue aquele beijo de um puro desconhecido...
- Dessa vez você não ficou paralisada.
- Sabe como é, com o tempo a gente vai pegando a prática.
Caimos na risada e ficamos horas nos amando, eu estava feliz depois de muito meses, eu me sentia segura e protegida. O Victor fazia de tudo pra me deixa a vontade, mais carinhoso impossível. Levantei rapidamente...
-Perdi a hora, ainda tenho duas matérias na faculdade, temos que ir. – Falei enquanto prendia meu cabelo. Ele levantou em seguida segurou minha mão e caminhamos até o carro.
- Posso te pegar na saída da aula?
-Não vai dar, tenho que ficar um pouco com a Laura, minha irmãzinha, prometi pra ela.
- Tudo bem, por essa causa eu posso perdoar...
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