Ela era um doce. Doce por dentro e doce por fora. Trazia no rosto uma expressão de uma felicidade que só lhe existia ali dentro: estava alheia ao mundo lá fora. Poucos conheciam a sua felicidade, as suas razões e os seus motivos. Porque ela sorria? Só ela mesma sabia. O resto desconhecia o seu verdadeiro eu, a mania daquela garota de transformar tudo em algo bom. Ela poderia passar por qualquer lugar em que não existisse a felicidade, e transformaria tudo em algo especial. Porque ela mesma era especial. Vivia com aquele sorriso estampado no rosto, mas engana-se quem pensa que ela só tinha alegria dentro de si: também carregava os seus temores, aqueles que ela tentava não encarar. Não queria perder os amigos que estavam sempre ao lado dela, pois em pouco tempo se tornou dependente deles. Se importava com os sentimentos das pessoas, se preocupava com elas. Nunca fora egoísta, e por isso as pessoas a reconheciam como alguém neutra, que nunca estava na prova de fogo e nunca se metia no meio das brigas. Mas essa garota tinha, dentro de si, um gênio que também podia ser difícil. Tinha uma personalidade que se dividia em fogo e água: uma hora era nervosa, na outra já estava até calma demais. Sabia lutar pelo que queria. E tinha paciência. Uma longa paciência que demorava a se esgotar, que podia se encontrar no fundo do coração dela, mas nunca acabava. Paciência para a vida, para as pessoas, para o tempo e para os problemas. Acreditava que o tempo podia ajustar todos os cacos e todos os problemas. Porém, diferente de tantas outras pessoas, o seu coração nunca foi tão machucado. Sempre foi exposto, aberto para qualquer um entrar. Ela se sentia feliz ao deixar as pessoas a conhecerem bem, mas muito bem, só poucos a conheciam. Ela pode parecer, à primeira vista, uma pessoa fácil de enganar. Mas ai, você mesmo se engana: ela é esperta, inteligente, mais vívida do que parece e ai de você se mexer com os amigos dela. Ela pagará na mesma moeda. Nunca foi dramática, e tinha uma maneira diferente de enxergar a vida. Enxergava felicidade, oportunidades e planos em vários lugares, e é por isso que tantas pessoas a amavam. Ela não enxergava o lado ruim nas pessoas, sempre dava uma chance à elas, por mais que outros dissessem que essas mesmas não eram confiáveis. Ela pode já ter se decepcionado por isso algumas vezes, mas sempre continua forte. Em pé. É quase raro dizer isso de alguém, mas ela: ela nunca caiu. Porque sempre soube permanecer com os olhos bem abertos, sem lágrimas, sem machucados. Ela era forte, muito mais do que parecia, justamente porque conseguia encontrar a felicidade em vários lugares, porque sabia que as coisas nunca seriam tão ruins quanto parecessem. Mas não se esqueça: ela é muito mais inteligente do que parece. Enquanto você pensa que saiu ganhando, ela já está lá, no pódio, há muito tempo. Ela é assim: pode até parecer doce demais, mas no fundo, tem um pouco de gosto amargo dentro dela. Era agridoce. Porque sabe que tem que continuar forte para sobreviver ao mundo, às pessoas. Por isso, ela quase nunca se machuca, e por isso que ela sabe quem deve amar
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